A vítima do goleiro


Ontem, após assistir as notícias sobre o assassinato da namorada do jogador de futebol, tive que sair de frente da TV e respirar por um bom tempo. O depoimento da testemunha chave dizia que, o algoz apareceu com um saco, foi até os cachorros e atirou a mão da moça aos animais...
E, por fim, a reportagem foi concluída com a notícia de que o computador da vítima foi entregue à polícia e que a senha de acesso era "amor e ódio".
Muitos personagens estão em questão nesta trama real. Destaco somente aqueles que um dia se fizeram amantes.
Já não nos espanta ver figuras que deveriam ser referência, sobretudo para os jovens, pela saúde, vigor esportivo ou sucesso midiático, envolvidos em casos de polícia. Uns pela prostituição, outros pelo envolvimento com o tráfico ou com o uso de drogas e agora temos esse assassinato tão descabido, que me faltam palavras para qualificá-lo.
Como nossa "cultura" tem sido perversa.
Um jovem amanhece pobre e desconhecido e vai dormir milionário e célebre. Temos a capacidade de endeusar e patrocinar figuras que de um dia para o outro tornam-se tanto conhecidas e amadas, quanto ricas. Mas não temos a capacidade de, culturalmente falando, humanizar as pessoas. Tornam-se ricos, mas não se fazem gente; tornam-se famosos, mas não humanos de verdade. São atores, cantores, esportistas, enfim, são celebridades, mas não conseguem, muitos deles, se humanizarem.
Vivem o abandono, a solidão, a saudade, mas vivem também a perversidade, o desejo de fazer valer o status a qualquer preço, ainda que seja a preço de sangue.
O que seria das celebridades se não fossem os seguidores?
Do outro lado da história encontramos a outra vítima, aquela que brutalmente foi devorada. O modelo da fama, da vida aparentemente gloriosa e fácil e, quem sabe, o desejo de um amor verdadeiro. Tudo isso é tempero dessa trama.
Ela, filha de separação e de acusação de violência contra menores, sai em busca de ídolos. Ídolos do esporte, da virilidade, da fama... Ela que se entrega querendo receber, talvez o afeto, talvez a segurança, talvez a identidade, talvez as migalhas.
Amor e ódio era a senha! Mas como pode?
Obsessão, talvez esse devesse ser o nome da história.
O final já conhecemos.
A foto postada foi tirada ontem, quando ainda não havia me enterado das notícias do dia. Quando a tirei, lembrei-me de Madalena que chorava o seu amado, junto ao sepulcro. Hoje ela me lembra a vítima do goleiro.

Comentários

  1. O goleiro, não percebeu o potencial do adversário,
    e infelizmente nem sempre e Deus que manda seus sinais! Misericórdia a todos.

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  2. Também estou estarrecido com os fatos. Gente como vc msm disse e concordo: tornam-se ricos, mas não se fazem gente, não tem amor pelo próximo; tornam-se famosos, mas não humanos de verdade. Que DEUS nos ilumine, principalmente a eles e que a VITÓRIA DE DEUS prevaleça, apesar de tudo.

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  3. Corações em guerra... Amor e ódio sempre juntos... Humanos primitivos e incrédulos... Lamento da humanidade sensível e crente! Vítimas de sua própria busca... Lágrimas pelas nossa face... Oremos em silêncio a Deus pela misericórdia, mais uma vez! Porque nosso grito salta os olhos.

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  4. Profundo analisar essa questão que envolve fama, dinheiro, poder e também envolve sentimentos como ela mesma traduz: amor e ódio, guerra e paz, vida e morte, dois sérios opostos de uma escolha. Escolha e responsabilidade ou irresponsabilidade de cada um que é livre. Há muita coisa desconhecida dessa verdade e muita mentira também. Mas creio que o mais importante é ressaltar que são seres "humanos", talvez não "humanizados" mas ainda assim humanos. Fica de concreto o aprendizado que essa repercutiva história nos deixa: a certeza do caminho certo e do errado(dois opostos).

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  5. Onde está o AMOR que NOSSO SENHOR JESUS CRISTO ensinou,viveu e por ele sua vida entregou?Misericórdia de nós SENHOR!

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  6. ... E no meio disso tudo uma vida,o filho que tiveram,e que sem escolha, já nasceu envolvida entre amor e ódio. Um conto de fadas as avessas, onde os protagonistas não viveram felizes para sempre...E a história continua!

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