Janelas


Janelas aguçam a curiosidade. 
Poder olhar através delas faz com que a alma se encha de luz, 
 os olhos brilhem e o ar se renove.

Elas são como o contraponto entre a clausura, o sombrio e o infinito. 
Talvez pela consciência de não poder ir a todos os lugares, de não estar onde realmente gostaríamos, 
 é que elas ganham tanta importância. 
Por elas, sejam pequenas ou grandes, 
é possível olhar longe, sonhar mais.

Portas escancaradas não deixam espaço ao mistério. 
Janelas entreabertas... Ah! Essas sim, guardam muito mais...
Permitem que a luz vasculhe cada canto, suavemente.

Existem muitas, de fenestra a ventanas. 
Cada uma revelando um outro lado da vida, ou pelo menos, o outro lado da rua. 
Em alguns casos, simplesmente o céu.

A cada manhã elas precisam ser abertas, 
a cada dia precisam ser protegidas, 
a cada tarde, veneradas, com um toque sutil. 

(Em Roma, no equinócio do outono de 2018 com a foto de Sintra, no verão português de 2017)

Comentários